Dotô, jogava o Flamengo,
Eu queria escutar,
Chegou, mudou a estação,
Começou a cantar
Tem mais, um cisco no olho,
Ela, em vez de assoprar,
Sem dó, falou que por ela
Eu podia cegar
Se eu dou um pulo, um pulinho,
Um instantinho no bar,
Bastou, durante dez noites
Me faz jejuar
Levou as minhas cuecas
Prum bruxo rezar,
Coou meu café na calça
Pra me segurar
Se eu tô devendo dinheiro
E vem um me cobrar,
Dotô, a peste abre a porta
E ainda manda sentar
Depois, se eu mudo de emprego,
Que é pra melhorar,
Vê só, convida a mãe dela
Pra ir morar lá
Dotô, se eu peço feijão,
Ela deixa salgar.
Calor, mas veste casaco
Pra me atazanar
E ontem, sonhando comigo,
Mandou eu jogar
No burro. E deu na cabeça,
Acertei no milhar
Ai, quero me separar!
Aldir Blanc.
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